INVENTÁRIO, MANEJO, PRODUÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO DE FUNGOS
Os fungos são
microrganismos pertencentes ao Reino Fungi. São organismos eucariotas,
filamentosos (constituídos por hifas e micélios), pluricelulares, aclorofilados,
heterotróficos, podem ou não apresentarem parasitismo e apresentam uma
característica específica, analisada até à olho nu no dia a dia humano: são
saprófagos (atuação
como decompositores/ “mofo”). Sua enorme complexidade fez com que dos cinco
reinos da biologia um fosse separado especificamente para si.
Por serem organismo diversos, que
vivem em quase todos os ambientes terrestres e apresentam uma grande variação
de formas e tamanhos, possibilitam seu uso, produção e cultivo em diversas
áreas da vida humana, principalmente na alimentação, medicina e no ecossistema
de maneira geral.
Alimentação e Fermentação
Cogumelos,
trufas e shitake, por exemplo, são ingredientes que compõem diversos pratos (em
inúmeras culinárias). As leveduras fermentam açúcares, produzindo álcool
etílico e gás carbônico (CO2), processo denominado fermentação
alcoólica. Esse tipo de fermentação é realizado por diversos
microorganismos, destacando-se os chamados “fungos de cerveja”, da
espécie Saccharomyces
cerevisiae.
O homem utiliza os dois produtos dessa fermentação:
o álcool etílico empregado há milênios na
fabricação de bebidas alcoólicas (como a cerveja, vinho, uísque, aguardente e
saquê.) e o gás carbônico importante na
fabricação do pão, um dos mais tradicionais alimentos da humanidade. Alguns
queijos também participam desse processo de fermentação. [G1/ UOL educação]
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Queijo por fermentação láctea (Fonte: Débora Pires/SerTãoBras 2018) |
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Trufa negra-iguaria culinária (Fonte: Letícia Rocha, 2019) |
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Queijos por fermentação láctea (Fonte: Débora Pires/SerTãoBras 2018) |
Além
disso, tem-se utilizado esses fungos também para a produção industrial de
álcool combustível.
Os fungos e a Medicina
Alguns fungos produzem
compostos capazes de matar bactérias (substâncias bactericidas). A partir
destas substâncias são fabricados antibióticos, como a penicilina, utilizada no
combate a doenças infecciosas causadas por bactérias do gênero Streptococcus. Inclusive, há vários
estudos em andamento sobre a aplicação de fungos na fabricação de medicamentos.
Existe uma pesquisa sobre a ação de um tipo de fungo existente na casca de
frutas cítricas no combate a células cancerígenas. Outra pesquisa busca viabilizar
a produção de asparaginase, enzima usada em medicamentos contra a leucemia, com
o uso de fungos. Esses medicamentos são produzidos, atualmente, com enzimas de
bactérias. Os pesquisadores tentam obter o mesmo tipo de enzima a partir de
leveduras. [Resumo escolar/ Uol educação]
Muitos fungos são parasitas, causando doenças nos animais, no homem, e
também nas plantas. As micoses são doenças provocadas por fungos, e vão desde
frieiras nos dedos dos pés, até graves infecções nos órgãos internos. Nas
plantas estes organismos podem causar uma doença chamada "ferrugem",
que provoca lesões de coloração alaranjada nas folhas e pode levar à perda de
plantações inteiras.
A seguir um breve
documentário sobre as especificações desses microrganismos na vida cotidiana:
A atuação do Biólogo
Para a
regulamentação das atividades profissionais e áreas de atuação do Biólogo, o GT
Áreas de Atuação do Conselho Federal de Biologia estipulou o Parecer CFBio nº
24/2010. Neste documento também estão inclusos detalhes sobre a subárea de
Inventário, Manejo, Produção e Comercialização de Fungos, integrante da área e
Meio Ambiente, com as respectivas atividades técnicas passíveis de serem
executadas pelo profissional da Biologia.
Identificar espécies de interesse
econômico, raras e ameaçadas de extinção, exóticas, bioindicadoras, entre
outras, é uma das atividades de grande importância realizada nesta subárea, de
acordo com o Biólogo Jair Putzke, Doutor em Botânica pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS). “O profissional micologista pode encontrar,
isolar e identificar características de fungos para diversos setores, como o de
queijos e bebidas, por exemplo”, explica. Visto que exportações e importações
de produtos agropecuários podem também trazer ou enviar fungos, ainda é
possível atuar em laboratórios que identifiquem e viabilizem – ou não – estes
organismos. O trabalho na subárea permite igualmente tratamentos mais
eficientes e o isolamento de inúmeras substâncias de interesse médico.
Por fim,
segundo Putzke, a identificação de espécies ameaçadas torna-se também uma
possível atuação do Biólogo micologista. “A área permite estudos de impacto
ambiental melhores para empreendimentos e preservação deste importante grupo,
um campo que ainda é pouco explorado no Brasil, onde a fauna microscópica é o
que mais importa”, salienta.
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Fonte: Bióloga Ana Boeira Porto |
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Referências
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