terça-feira, 9 de junho de 2020

OS FUNGOS NO COTIDIANO E A ATUAÇÃO DO BIÓLOGO


INVENTÁRIO, MANEJO, PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE FUNGOS


Os fungos são microrganismos pertencentes ao Reino Fungi. São organismos eucariotas, filamentosos (constituídos por hifas e micélios), pluricelulares, aclorofilados, heterotróficos, podem ou não apresentarem parasitismo e apresentam uma característica específica, analisada até à olho nu no dia a dia humano: são saprófagos (atuação como decompositores/ “mofo”). Sua enorme complexidade fez com que dos cinco reinos da biologia um fosse separado especificamente para si.
Por serem organismo diversos, que vivem em quase todos os ambientes terrestres e apresentam uma grande variação de formas e tamanhos, possibilitam seu uso, produção e cultivo em diversas áreas da vida humana, principalmente na alimentação, medicina e no ecossistema de maneira geral.


Alimentação e Fermentação


Cogumelos, trufas e shitake, por exemplo, são ingredientes que compõem diversos pratos (em inúmeras culinárias). As leveduras fermentam açúcares, produzindo álcool etílico e gás carbônico (CO2), processo denominado fermentação alcoólica. Esse tipo de fermentação é realizado por diversos microorganismos, destacando-se os chamados “fungos de cerveja”, da espécie Saccharomyces cerevisiae.
 O homem utiliza os dois produtos dessa fermentação: o álcool etílico empregado há milênios na fabricação de bebidas alcoólicas (como a cerveja, vinho, uísque, aguardente e saquê.) e o gás carbônico importante na fabricação do pão, um dos mais tradicionais alimentos da humanidade. Alguns queijos também participam desse processo de fermentação.     [G1/ UOL educação]

Queijo por fermentação láctea (Fonte: Débora Pires/SerTãoBras 2018)

Trufa negra-iguaria culinária (Fonte: Letícia Rocha, 2019)

Queijos por fermentação láctea (Fonte: Débora Pires/SerTãoBras 2018)













































Além disso, tem-se utilizado esses fungos também para a produção industrial de álcool combustível.

       

       Os fungos e a Medicina


Alguns fungos produzem compostos capazes de matar bactérias (substâncias bactericidas). A partir destas substâncias são fabricados antibióticos, como a penicilina, utilizada no combate a doenças infecciosas causadas por bactérias do gênero Streptococcus. Inclusive, há vários estudos em andamento sobre a aplicação de fungos na fabricação de medicamentos. Existe uma pesquisa sobre a ação de um tipo de fungo existente na casca de frutas cítricas no combate a células cancerígenas. Outra pesquisa busca viabilizar a produção de asparaginase, enzima usada em medicamentos contra a leucemia, com o uso de fungos. Esses medicamentos são produzidos, atualmente, com enzimas de bactérias. Os pesquisadores tentam obter o mesmo tipo de enzima a partir de leveduras.                                                                  [Resumo escolar/ Uol educação]
Muitos fungos são parasitas, causando doenças nos animais, no homem, e também nas plantas. As micoses são doenças provocadas por fungos, e vão desde frieiras nos dedos dos pés, até graves infecções nos órgãos internos. Nas plantas estes organismos podem causar uma doença chamada "ferrugem", que provoca lesões de coloração alaranjada nas folhas e pode levar à perda de plantações inteiras.
A seguir um breve documentário sobre as especificações desses microrganismos na vida cotidiana:



 A atuação do Biólogo


       Para a regulamentação das atividades profissionais e áreas de atuação do Biólogo, o GT Áreas de Atuação do Conselho Federal de Biologia estipulou o Parecer CFBio nº 24/2010. Neste documento também estão inclusos detalhes sobre a subárea de Inventário, Manejo, Produção e Comercialização de Fungos, integrante da área e Meio Ambiente, com as respectivas atividades técnicas passíveis de serem executadas pelo profissional da Biologia. 
         Identificar espécies de interesse econômico, raras e ameaçadas de extinção, exóticas, bioindicadoras, entre outras, é uma das atividades de grande importância realizada nesta subárea, de acordo com o Biólogo Jair Putzke, Doutor em Botânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “O profissional micologista pode encontrar, isolar e identificar características de fungos para diversos setores, como o de queijos e bebidas, por exemplo”, explica. Visto que exportações e importações de produtos agropecuários podem também trazer ou enviar fungos, ainda é possível atuar em laboratórios que identifiquem e viabilizem – ou não – estes organismos. O trabalho na subárea permite igualmente tratamentos mais eficientes e o isolamento de inúmeras substâncias de interesse médico.
        Por fim, segundo Putzke, a identificação de espécies ameaçadas torna-se também uma possível atuação do Biólogo micologista. “A área permite estudos de impacto ambiental melhores para empreendimentos e preservação deste importante grupo, um campo que ainda é pouco explorado no Brasil, onde a fauna microscópica é o que mais importa”, salienta.

Fonte: Bióloga Ana Boeira Porto
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Referências 


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